Morte de gêmeos fará mulher processar Regional de Ferraz

Balconista estava grávida de sete meses e, segundo ela, houve negligência médica após rompimento da bolsa

DESESPERO - A balconista Jennifer Ellen Moreira, de 30 anos, pretende processar o Hospital Regional Doutor Osíris Florindo Coelho, em Ferraz de Vasconcelos, por conta das mortes dos filhos gêmeos, que nasceram no dia 10 de fevereiro. Jennifer, que mora no Parque São Francisco, também em Ferraz, estava com sete meses de gravidez e acredita que houve negligência médica no caso, já que a bolsa gestacional da balconista tinha rompido 15 dias antes e, segundo ela, os médicos nada fizeram. "Fui internada por conta de uma infecção urinária no dia 21 de janeiro e, sete dias depois, a minha bolsa rompeu, mas os médicos falaram que isso era normal, que não tinha motivos para se preocupar porque eu iria repor o líquido (aminiótico) perdido", aponta.

Dias depois, Jennifer foi examinada por outro médico, que constatou a gravidade do fato e realizou uma cesariana de urgência. "Ele falou que aquilo não era normal e mandou fazer a cirurgia. O problema é que eles nasceram com uma infecção prematura". Jennifer explica que um dos bebês morreu já no dia seguinte, enquanto o outro filho resistiu somente até o dia 13 de fevereiro. "Se os médicos tivessem feito alguma coisa eu os teria aqui comigo".

A Secretaria do Estado da Saúde não concorda com as acusações feitas pela balconista, e classifica o ocorrido como uma fatalidade. "O hospital lamenta a fatalidade ocorrida e se coloca à disposição da paciente para quaisquer esclarecimentos adicionais necessários".


Justificativa

O Estado declarou que Jennifer possuía uma gravidez de risco e os gêmeos nasceram com quase um quilo. "Por conta de um descolamento de placenta, sofrido pela paciente no dia 10 de fevereiro, a equipe médica teve que realizar uma cesárea de emergência. Como os bebês eram prematuros, nasceram com cerca de um quilo e não sobreviveram. Vale ressaltar que a paciente já enfrentava uma gravidez de risco por sofrer de hipertensão gestacional".

A pasta ainda aponta que os fetos não estavam prontos e, por isso, houve a tentativa de retardar o nascimento de ambos. "A paciente deu entrada no dia 21 de janeiro, com sinais de trabalho de parto prematuro e infecção urinária. Como os fetos ainda não estavam formados, a equipe médica realizou todos os procedimentos indicados para retardar o parto".

Jennifer registrou o boletim de ocorrência semana passada e está à procura de um defensor para levar o caso à Justiça. "Vou atrás de um advogado para processar o Hospital. Eu tinha procurado um defensor público, mas ele falou que não poderia me atender porque seria um caso de Estado contra Estado", finalizou.

Fábio Miranda

Governo do Estado diz que médicos do Regional fizeram os
precedimentos indicados para retardar o parto

Fonte: Diário do Alto Tietê - 30/04/2013
Foto: Mayara de Paula


Ferraz quer vacinar 5 mil garotas contra o HPV