Bebê tem o 1º Dia das Mães em casa depois de viver um ano em hospitais
Bebê tem o 1º Dia das Mães em casa depois de viver um ano em hospitais
Mãe e filho, de Mogi das Cruzes, ainda superaram muitos desafios.
Francisco nasceu com gastrosquise e foi desenganado pelos médicos.
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Com quatro meses, Francisco recebe carinho da mãe em hospital de São Paulo. (Foto: Jéssica Marzola/Arquivo Pessoal) |
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Despedida de Francisco em sua 1ª alta, com quase um ano de idade. (Foto: Jéssica Marzola/Arquivo Pessoal) |
Jéssica, porém, disse que o problema do bebê se agravou porque não houve como aproveitar o órgão, já que a parte exposta necrosou. Diante disso, ele teve a síndrome do intestino curto. Com apenas quatro horas de vida, Francisco precisou fazer a primeira cirurgia.
Por muito tempo ele ficou com o crescimento congelado. Tinha 50 cm e apenas 3 kg. “Até os três meses de vida ele rejeitava o meu leite e só se alimentava de uma fórmula especial. Foi muito desgastante, ele sentia fome, eu tinha leite, mas não podia dar”, conta a mãe, que doou o seu leite durante dois meses.
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Pais acompanharam as superações de Francisco de perto, no hospital. Nesta foto com 6 meses. (Foto: Jéssica Marzola/Arquivo Pessoal) |
Nesta nova jornada, com oito meses, Francisco passou pela segunda cirurgia para alongar um pouco mais o intestino, uma cirurgia considerada delicada e de alto risco. Jéssica conta que depois desta fase ele passou a aceitar mais o leite e a vitamina especial que precisa ingerir todas as noites até os dias de hoje. “De lá para cá ele engordou um pouquinho, mas ainda é bem menor do que as outras crianças, ele tem o tamanho de um bebê de seis meses.”
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Francisco em festinha organizada para ele no hospital. (Foto: Jéssica Marzola/Arquivo Pessoal) |
De lá para cá, Francisco teve várias recaídas. Em janeiro sofreu parada cardíaca e convulsão. Novamente superou e voltou para casa. No fim de fevereiro, ele voltou a ser internado com algumas complicações. Porém, sem nenhuma sequela dos problemas enfrentados. Está melhor e em casa novamente há cerca de 15 dias. Agora Francisco continua recebendo todos os tratamentos em casa.
A mãe
O nascimento de Francisco também fez de Jéssica uma nova mulher: uma mãe forte e corajosa. Com apenas 22 anos, deixou para trás os estudos e o trabalho para se dedicar integralmente ao filho. “É dificil voltar pra casa sem o seu bebê. Sentia dores no seios, chorava durante as madrugadas, foi a pior fase da minha vida. Mas quando Jéssica olha para trás, percebe de onde tirou forças para enfrentar todos os desafios. "Por muitas vezes quando eu estava triste, Francisco percebia e me dava carinho mesmo debilitado. Cada sorriso dele, cada carinho, fazem os sentimentos ruins irem embora na hora. É incrível a nossa cumplicidade", revela.
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A mãe conta que, apesar de debilitado, Francisco lhe dava força nos momentos de tristeza. (Foto: Jéssica Marzola/Arquivo Pessoal) |
Para ela e também para os especialistas que cuidam do bebê, a proximidade é essencial. “O médico e eu sentimos que com esse novo método, recebendo de mim a maioria dos cuidados, ele está progredindo muito melhor”, se orgulha.
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Francisco não teve mais recaídas e está em casa há mais de 15 dias. (Foto: Jéssica Marzola/Arquivo Pessoal) |
A vida agora não só de Francisco, mas de toda a família, começa aos poucos a ficar mais tranquila. Francisco deve passar por mais uma cirurgia aos 3 anos de idade, para que possa ter uma vida normal. As vitórias diante de tantas lutas garantem a Jéssica um Dia das Mães mais que especial. “Graças a Deus este ano ele está em casa. Foi um milagre ter passado por tudo isso. Neste dia eu espero ficar em casa com o meu maior presente, junto com a minha família e não só nos dias das mães, mas em todas as outras datas. Em casa, ele fica muito mais feliz!”.
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Em abril, Francisco comemora a Páscoa com a família em casa. (Foto: Jéssica Marzola/Arquivo Pessoal) |
Tatiane SantosDo G1 em Mogi das Cruzes e Suzano - 06/05/2014