Sabesp paga R$ 3 milhões para fazer chover na região

Sabesp vai induzir chuvas

Por 3,6 milhões, órgão contratou empresa especializada para aplicar mesma técnica utilizada no Cantareira


Expectativa da companhia de saneamento é que trabalhos iniciem assim que houver a presença de nuvens / Foto: Daniel Carvalho
Crise hídrica: Por R$ 3,68 milhões, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) vai fazer chover no Alto Tietê. A autarquia estadual contratou por dois anos a Modclima para aplicar a mesma estratégia já utilizada há cinco meses no Sistema Cantareira. A empresa induzirá chuvas artificiais sobre as represas, "bombardeando" nuvens com água.

A tecnologia consiste na "aceleração da precipitação de chuvas com o despejo de gotículas de água potável feito por um avião na base das nuvens, um processo conhecido como semeadura ou bombardeio", explica a Sabesp.

"O sobrevoo depende das condições climáticas e das formações das nuvens. Há um monitoramento constante e diário e um acompanhamento por radares para identificar potenciais nuvens com capacidade de provocar chuvas exatamente na área das represas", informa a companhia estadual.
"Neste ano, o trabalho realizado pela Modclima (companhia de Bragança Paulista, no interior do Estado) nas nuvens na região do Sistema Cantareira provocou a precipitação de cerca de 11,5 bilhões de litros desde o início do contrato com a Sabesp. Número que representa em torno de 1,2% do volume do total do sistema. O resultado já justifica a contratação do serviço para ampliar o trabalho para a região do Alto Tietê".

"A semeadura de nuvens", garante a Sabesp em nota "é uma iniciativa surgida nos anos 1930 nos Estados Unidos e difundida no mundo, com resultados comprovados. Tem diversas premiações internacionais. Entre os clientes estão o governo da Bahia, associações de classe, cooperativas agrícolas e sindicatos".

Contudo, as chuvas artificiais não impediram o esgotamento do Cantareira. No início dos bombardeios de nuvens (que naquela região custou R$ 4,48 milhões), o sistema estava com cerca de 20% da capacidade. Em cinco meses de sobrevoos, apenas em março a pluviometria acumulada no mês ficou acima da média histórica. No dia 10 deste mês, o sistema se esgotou e só continuou operando com a retirada de água do volume morto, reserva abaixo do nível das comportas.

O contrato para o Alto Tietê já foi assinado e a empresa aguarda apenas o aparecimento de nuvens. Ontem, o nível das represas da região estava em 22% da capacidade total. Há um ano, este índice era de 62,6%. A média histórica para esta época é de 49%.


Diferença
Com a escassez do sistema Cantareira, o Alto Tietê passou a abastecer cerca de 4 milhões de pessoas da região da Grande São Paulo e tem se aproximado com rapidez de uma situação semelhante de colapso.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), após negar a crise, anunciou que vai utilizar 25 bilhões de litros do "volume morto" do Alto Tietê, o que deve garantir água para menos de um mês.

Por Cleber Lazo - Fonte: Diário do Alto Tietê - 24/07/2014

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