Moradores de rua estão preocupados após caso do "maníaco da machadinha"
Moradores de rua estão preocupados após caso do "maníaco da machadinha"
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Divulgação |
Os crimes, que tiveram repercussão nacional por causa da brutalidade e das decapitações, também assustaram as pessoas que passam o dia e dormem nas ruas e praças da cidade. Entre as seis pessoas mortas por Jonathan, duas eram moradoras de rua. Além das mortes, Jonathan também responderá por outras três tentativas de homicídio, sendo duas também contra moradores de rua.
Ao ser preso, Jonathan afirmou que, caso não fosse detido, continuaria matando. Segundo o assassino, um dos alvos preferidos dele era os moradores de rua, além de mendigos e usuários de crack. Jonathan disse que os indigentes deveriam ser mortos, pois não pagam impostos e, por isso, não contribuem com o sistema. O criminoso também teria influências do grupo sírio Estado Islâmico, conhecido pelas decapitações de suas vítimas.
O discurso de Jonathan deixou a moradora de rua Ítala Maria muito assustada. "O que ele falou sobre os moradores de rua também é preocupante. Muita gente não entende o sofrimento que nós passamos e ainda se sentem incomodadas de verem uma pessoa estendida nas praças da cidade", afirma. Vivendo na rua há mais de cinco anos, Ítala diz que os crimes deixam todos os moradores de rua em estado de alerta. "Tem um colega meu de Mogi que veio para Suzano porque está com medo. O negócio está feio por lá, ninguém consegue dormir tranquilamente. E não podemos contar com ninguém para nos ajudar nessa situação", diz.
Já Amanda de Oliveira, que passa boa parte do dia nas ruas, também ficou apreensiva após os assassinatos. "Não moro na rua, mas estou sempre nela, pois na minha casa não tem luz nem água. Esses crimes foram absurdos. Tem muita gente que não tem onde morar, e não está na rua porque gosta. Uns gostam, mas a maioria está porque não tem direção nenhuma na vida. E todo mundo fica com medo, pois esses crimes são maldosos. Muita gente está procurando albergue. O nosso prefeito (Paulo Tokuzumi, PSDB) poderia criar algo do tipo, para auxiliar os moradores de rua", afirma.
David Ferreira, que mora na rua há quatro anos, também questiona o ódio propagado por Jonathan contra os moradores de rua. "Não fazemos nada de mal para ninguém. Na verdade, são as pessoas que fazem o mal contra nós. Esse cara tem que ficar preso por 100 anos, pois deixou todo mundo de cabelo em pé", conta.
Fonte: Diário de Suzano - 06/12/2014