Assassino em série faz seis vítimas e causa pânico na população
Assassino em série faz seis vítimas e causa pânico na população
Homem usava um machado e uma faca para matar as pessoas; três homicídios ocorreram ontem de manhã
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Jonathan Lopes de Santana (à esq.) foi preso na manhã de ontem no bairro do Botujuru; ele confessou todos os crimes dos quais foi acusado / Foto: Daniel Carvalho |
Os crimes que chocaram a região começaram ainda na tarde de sábado e somente terminaram na manhã de ontem, quando três pessoas morreram decapitadas nos bairros Mogilar e Jardim Rodeio em aproximadamente uma hora. Santana confessou todos eles e acabou sendo preso e levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) de Mogi das Cruzes.
O primeiro assassinato cometido ontem ocorreu às 6 horas quando o segurança passava de carro, um Astra verde, pela avenida Francisco Rodrigues Filho. Ali, Santana visualizou Carlos Cesar Araujo, 34, morador de rua que dormia quando foi atacado pelo segurança.
Segundo o depoimento de Santana na Delegacia Seccional de Mogi, o primeiro golpe na cabeça de Araujo foi com o cabo de madeira do machado. A pancada deixou a vítima inconsciente e então com uma faca decepou a cabeça do morador.
Duas Marias
Após matar Araujo, o segurança seguiu de carro pela avenida e meia hora depois avistou uma mulher que praticava caminhada pela rua Antonio de Almeida. Era Maria do Rosário Coentro Amaral, 59.
No relato do segurança, Maria do Rosário estava mal vestida, parecendo moradora de rua. Ele de carro ultrapassou a mulher e foi parar somente em uma rua próxima onde se valeu do elemento surpresa e a atacou pelas costas, sem qualquer oportunidade para se defender dos ataques.
A terceira vítima do dia foi Maria Aparecida do Nascimento, 46, que estava indo ao trabalho quando foi morta. Santana explicou que tinha conhecimento de que Maria Aparecida não era moradora de rua, entretanto a voz que vinha à mente dizia para ele matar ela mesmo assim. O crime ocorreu também na avenida Francisco Rodrigues Filho e a maneira como Maria Aparecida morreu foi semelhante aos demais casos. Um golpe na cabeça com o cabo da machadinha seguida da decapitação com o uso de uma faca. Os três assassinatos aconteceram à luz do dia, com pessoas que passavam de ônibus, carro e também a pé testemunhando o modo como essas pessoas acabaram morrendo.
Começo de tudo
Santana ouvia vozes na cabeça que diziam que ele teria que matar 31 pessoas em um determinado espaço de tempo. A empreitada do segurança começou na tarde de sábado, às 15 horas, quando fez a primeira vítima conhecida em um total de sete.
A faxineira Flavia Aparecida de Paula Honório, 38, foi encontrada morta em um terreno localizado na rua Benedito Aragão Cardoso, no distrito de Brás Cubas. A mulher, que era usuária de entorpecentes, apresentava ferimentos no pescoço e um corte na barriga. Este foi o último assassinato confessado por Santana.
Dois dias depois aconteceu o caso que começou a deixar as autoridades regionais apreensivas. A morte de um morador de rua ainda não identificado com cortes na região da cabeça e com partes do corpo queimados. A ação ainda deixou outro morador de rua em estado grave. Este último permanece internado no Hospital Luzia de Pinho Melo.
O segurança revelou no depoimento que a ideia de incendiar as vítimas ocorreu na hora porque percebeu uma lata de tiner, um solvente utilizado para pinturas altamente inflamável, na rua e espalhou o líquido nos dois homens que já haviam sido feridos com corte de faca. Esses dois casos aconteceram por volta das 23h30.
Na terça-feira, dia que antecedeu os três homicídios de Mogi, Santana seguiu de trem até a cidade de Poá e encontrou Kelly Caldeira da Silva, 24, na passarela da estação de Calmon Viana, linhas 11-Coral e 12-Safira da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), fazendo o uso de crack.
Testemunhas informaram à Polícia Civil que viram um homem correndo atrás de Kelly com uma machado nas mãos. O segurança utilizou do mesmo expediente para deixar a vítima inconsciente e depois a decapitou. O corpo da mulher foi localizado por um agente da CPTM e foi preservado até a chegada da polícia. Depois de matar Kelly, Santana foi para casa dormir e esperou amanhecer para fazer mais três vítimas ordenadas pelas vozes que vinham à sua mente.
Por Fábio Miranda - Fonte: Diário do Alto Tietê - 04/12/2014