Cultura finca raízes em Suzano.

REGIÃO: 

Apesar de contribuir para o estilo de vida, a cultura japonesa pode desaparecer se não for passada adiante

A instalação dos japoneses em Suzano trouxe mais do que comércio, indústria e agricultura. Com os orientais vieram também os modos de como se viver no estilo japonês.
O presidente do Sindicato Rural de Suzano, Ricardo Sato Tsuchiya, revela que apesar de torcerem o nariz para as iguarias nipônicas, a cidade foi a responsável para difundir aquela que talvez seja o prato mais apreciado entre os brasileiros, o Yakissoba.

Tsuchiya aponta que a comida nasceu em Suzano para levantar fundos para a construção de clubes de lazer agrícolas. "Fiz uma pesquisa e descobri que esse prato nasceu aqui, em Suzano, e depois ganhou todo o Brasil. Isso aconteceu porque os agricultores queriam construir clubes agrícolas e tiveram a ideia de vender o Yakissoba para arrecadar dinheiro para a construção".
O ruralista ainda brinca ao dizer que o nome do prato deveria ser patenteado com o nome de Suzano.

Pode acabar
Para o presidente do Sindicato Rural, a agricultura pode estar com os dias contados.
"Nosso produto é para o mercado interno e o custo vem aumentando. Se essa regra não mudar poderemos não ter uma agricultura significativa em pouco tempo".

Para citar outro exemplo, o ruralista explica o fato da construção do Rodoanel Mario Covas. "A cidade será a esquina do Brasil, tudo vai passar por aqui. Se nada for feito, em 15 anos nosso setor desaparecerá".

Para o presidente da Associação Cultural, se a cultura japonesa não for passada ela pode sumir também.
"Meus netos não assimilam muito a nossa cultura. Agora que eles estão se aproximando por causa do Kendo (esporte originado das lutas dos samurais) que estão praticando, mas acredito que se nossa cultura não for passada ela pode desaparecer. Isso sem contar que não temos representantes na política", finalizou.

Academia sobrevive
A Academia Terazaki ainda resiste no estilo japonês de ensinar judô, com disciplina, educação e paciência, além de manter a única construção no estilo Kodokan, um estilo antigo japonês que não existe mais. "Quando o cônsul japonês nos visitou há seis anos, ele até chorou ao ver o prédio da nossa academia, que é uma replica de um templo japonês de judô", conclui.

Fábio Miranda
De Suzano



                      Daniel Carvalho
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