Obra municipal está largada em Ferraz

Desde o fim da eleição, os serviços no local estão praticamente parados; nem há sinal de funcionários na construção, que recebeu verba federal


Nem o fato de a obra do Centro de Convenções estar sendo executada com recursos do governo federal impediu que o prefeito de Ferraz de Vasconcelos, Jorge Abissamra (PSB), decidisse paralisar a construção, que na parte externa chegou a ganhar acabamento, mas ainda não recebeu nem o contra-piso na área projetada para ser um teatro.
De acordo com informações transmitidas antes das eleições, o Ministério do Turismo e outros órgãos do governo federal liberaram R$ 4,5 milhões para a construção do Centro de Convenções e da Praça dos Trabalhadores, sendo que os dois projetos começaram a ser executados em 2011. Até a véspera do pleito, cerca de 80 funcionários das secretarias de Obras e de Serviços Urbanos trabalhavam até de noite para concluir as obras.
No dia 5 deste mês, o prefeito chegou a fazer uma inauguração simbólica do prédio com a finalidade de garantir a vitória do seu candidato à sucessão, Cláudio Ramos (PSB), o que acabou não ocorrendo. Depois da votação e da derrota do escolhido de Abissamra, o ritmo foi drasticamente reduzido e, desde a semana passada, os serviços foram completamente interrompidos.
No início da tarde de ontem, o Diário do Alto Tietê constatou o estado de abandono em que se encontra a obra do Centro de Convenções do município. No local, o jornal encontrou seis funcionários de uma empresa que alugou andaimes para que os funcionários da prefeitura executassem os serviços nas partes mais altas da construção.

"Na semana passada, o pessoal da prefeitura estava aqui para recolher o material da obra. Agora estamos levando os andaimes porque eles não podem ficar parados", comentou um funcionário, que não se identificou. Ele alertou para a fragilidade das colunas e da construção, executada por funcionários da prefeitura e não por uma empresa contratada, e observou que as paredes são muito altas e que a construção mereceria um trabalho mais responsável.

Segundo o entrevistado, a administração municipal mantém somente um funcionário para tomar conta do local. Na hora em que a reportagem esteve na obra, essa pessoa não foi localizada.
No lado de fora, duas pessoas entrevistadas pelo DAT lamentaram a decisão do prefeito de abandonar a obra. "Está errado, ele deveria tocar a obra até o último dia e não largar tudo para o próximo prefeito. Essa obra é importante para a cidade e não pode ficar assim", criticou a estudante Michele Barros.

O segurança Jhony Aparecido denunciou que a obra abandonada estaria virando ponto de encontro de usuários de drogas. Além disso, algumas dependências estão sendo usadas como banheiro público: "O prefeito deveria continuar a obra e evitar que ela seja depredada e usada por viciados", lamentou.
Abissamra, mais uma vez, foi procurado pelo DAT, mas manteve a estratégia de não responder à reportagem. O prefeito eleito, Acir dos Santos (PSDB), o Acir Filló, afirmou que o abandono da obra é lamentável e que pretende conversar com Abissamra a partir do dia 5, quando começa a transição, para evitar que o prédio fique sem segurança e seja depredado. (Bras Santos)

Ontem: No local, havia só funcionários de empresa levando embora
 andaimes alugados / Foto: Erick Paiatto

Centro de Convenções
Fonte: Diário do Alto Tietê - 30/10/2012


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