Centenário de Luiz Gonzaga é comemorado nesta quinta (13)

Cantor e compositor completaria 100 anos nesta quinta-feira, dia 13 de dezembro

Em meio a um calor sufocante e o céu estrelado do sertão nordestino, uma cidade largou sua rotina para homenagear seu conterrâneo mais importante e um dos músicos mais relevantes da história da música brasileira. Foi na pequena Exu, cidade localizada no coração do sertão pernambucano, que o rei do baião Luiz Gonzaga nasceu e criou seu estilo inconfundível, misturando elementos e sonoridades clássicas da música nordestina a reinvenções sonoras de sua sanfona.

Nesta quarta-feira (12), a cidade reverenciou seu ídolo no início das comemorações do Centenário de nascimento de Luiz Gonzaga, em uma programação que engloba música, teatro, dança e oficinas em Exu e Recife. Não é nada fácil chegar em Exu – a cidade fica a cerca de 700 km de Recife, e é preciso disposição para atravessar a mata serrada e conseguir chegar ao local onde tudo começou.

A experiência, entretanto, é essencial para compreender a importância que o músico teve no Nordeste. Em Exu, praticamente todos os moradores têm alguma história marcante relacionada a Gonzaga, e a herança cultural deixada por ele modificou profundamente a estrutura de todas as cidades que têm como DNA a linguagem do forró.

Confira a cobertura completa do Centenário do Rei do Baião

Os bares, as ruas, o posto de gasolina, as pichações, tudo remete ao músico, que, inclusive, ganhou um selo especial feito pelos Correios em edição limitada. O principal ponto turístico da pequena cidade é o museu em homenagem a Gonzaga, que passou recentemente por uma restauração.

Caravana e fanatismo

O resumo da história é simples: por aqui, todo mundo é fã de Gonzaga. Mas fã mesmo, de crescer ouvindo o ídolo e ter toda a vida moldada pelas trilhas sonoras imortalizadas pelo músico. Pode parecer brega, mas como todo clichê desse tipo a verdade anda lado a lado: embora fora do contexto do sertão e da música nordestina seja fácil ver Gonzaga como um ídolo do passado, que não muda em mais nada o contexto atual da cultura brasileira, a realidade de Exu e várias outras cidades de estados como Pernambuco e Ceará mostra que a herança deixada por ele é palpável.

Escolas de sanfona proliferando pelo sertão, novos artistas criando modificações inéditas do instrumento e jovens ouvindo Gonzaga no rádio e pensando música a partir desse modelo comprovam que a longevidade do músico vai além das comemorações por um passado que morreu.

Que o diga a caravana Tropa dos Picos, formada por 28 pessoas que viajaram da capital piauiense até Exu, em uma viagem de mais de cinco horas. Vestidos a caráter e com bandeiras comemorativas, o grupo festejava a música de Gonzaga. O motivo? “Crescemos ouvindo Gonzaga, assim como todos que conhecemos em Exu e várias outras cidades próximas. Ele é a história da nação nordestina”, contaram os fãs.

O primeiro dia da programação em Exu contou com apresentações de Chambinho do Acordeon, Zé Nilton, Danilo Pernambucano, Santanna e um show especial da Orquestra Sinfônica de Teresinha com João Cláudio.

Nos próximos dias, se apresentam na cidade de Gonzaga artistas como Elba Ramalho, Dominguinhos, Daniel Gonzaga e o ex-Ministro da Cultura Gilberto Gil.

A programação completa pode ser consultada no site oficial do Centenário: gonzaga100.com

ENTRETENIMENTO
Fonte: R7 - 13/12/2012

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