Junji Abe traz balanço e aponta desafios da Pró-Horti; Embrapa alerta para perdas de alimentos

No 2º aniversário da Frente em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, deputado diz que ampliar consumo de hortaliças e frutas no País é uma das metas a serem atingidas



Incrementar o consumo de hortaliças e frutas para desenvolver na população o hábito da alimentação saudável, capaz de prevenir doenças, é um dos grandes desafios a serem vencidos no Brasil, ao lado da implantação de políticas públicas voltadas à oferta de assistência técnica e extensão rural, acesso ao crédito e adequação das centrais de abastecimento. A avaliação foi feita pelodeputado federal Junji Abe (PSD-SP), nesta quarta-feira (28/08/2013), durante a solenidade em comemoração ao segundo ano de existência da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, idealizada e presidida por ele.

O evento, no auditório da CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, em Brasília, foi realizado em conjunto com as reuniões das Câmaras Setoriais de Flores e Plantas Ornamentais e de Hortaliças do Mapa – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O objetivo foi agregar e divulgar informações referentes ao trabalho desenvolvido pela Pró-Horti e pelos grupos em prol das cadeias produtivas envolvidas.

Para o público de aproximadamente uma centena de lideranças de órgãos públicos e entidades vinculadas ao segmento de hortifrutiflorigranjeiros, o presidente da Pró-Horti disse que o brasileiro consome apenas 132 gramas de hortaliças e frutas por dia. “É preciso triplicar o consumo no País para atingir o nível recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 400 gramas diários por pessoa”, observou Junji.

Com o auxílio de um projetor, Junji mostrou a diversidade, importância socioeconômica e perfil do consumo dos principais produtos englobados pela Pró-Horti (veja anexo). Inédita no Parlamento, a frente agrega mais de 230 congressistas – entre deputados e senadores – solidários ao apelo pela implantação de políticas públicas voltadas ao segmento de verduras, legumes, tubérculos, bulbos, frutas, champignon, mel e derivados, aves e ovos, pecuária de leite. Ele também elencou, numa cartilha, os trabalhos de destaque do colegiado ao longo do segundo ano de existência.

Como representante do ministro da Agricultura, Antônio Andrade, o secretário de Política Agrícola do Mapa, Edilson Guimarães, reafirmou a disposição da pasta em colaborar tanto quanto possível com os trabalhos da Pró-Horti. “É um desafio muito grande representar um segmento tão diversificado, pulverizado no País e importante para o brasileiro”, justificou. O vice-presidente da CNA, Fábio de Salles Meirelles Filho, disse ser “uma honra” poder acompanhar a frente, desde sua formação, em julho de 2011. “Agradecemos o Junji por tudo que tem feito pelo agronegócio nacional”, manifestou-ele que representou, na solenidade, a senadora Kátia Abreu (PSD-TO), presidente da CNA, e o pai, Fábio de Salles Meirelles, que preside a Faesp/Senar-SP – Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo/Serviço Nacional de Aprendizagem Rural.

Assinalando que é fundamental para o setor ter representação no Parlamento, o presidente da OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras, Márcio Lopes de Freitas, definiu Junji “como nosso lavrador no Congresso”, em função do comprometimento do deputado com as causas do agronegócio e do cooperativismo, “expresso em sua dedicada atuação”. Ele conclamou todos os integrantes das cadeias produtivas envolvidas pela Pró-Horti a fortalecerem as ações para assegurarem sua representatividade no Legislativo. “É preciso manter e reforçar essa cola invisível, que se chama capital social, entre pessoas e entidades”.

Ao reforçar as considerações de Freitas, a presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas Ornamentais do Mapa, Silvia Van Roijen, disse que a soma entre a organização do setor e o empenho de Junji, por meio da Pró-Horti, garantiram um importante avanço aos floricultores: a simplificação dos procedimentos necessários à inscrição de flores e plantas ornamentais no RNC – Registro Nacional de Cultivares do ministério.

Com a simplificação do formulário, nestes primeiros oito meses do ano, até dia 27 de agosto, o Mapa liberou mais que o dobro de inscrições em relação ao total registrado no ano passado, de acordo com informações transmitidas por Silvia no evento. Ao mesmo tempo, completou ela, Junji trabalha pela eliminação definitiva de um gargalo no setor, com a aprovação de um projeto de Lei de autoria dele, que dispensa os cultivares de flores e plantas ornamentais de domínio público da obrigatoriedade de inscrição no RNC.

“As flores são mais importantes que um conselheiro matrimonial para reconciliação de um casal”, despachou Junji para evidenciar o peso do setor no contexto socioeconômico, arrancando risos da plateia. O presidente da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Hortaliças do Mapa, Waldir de Lemos, concordou, relatando que presenteou a esposa com uma megafesta em comemoração às bodas de ouro. “Ela reclamou dizendo que foi o primeiro aniversário de casamento em que não lhe mandei flores”, contou. Também prestigiando o evento, os deputados federais Eliene Lima e Urzeni Rocha, ambos do PSD, fizeram questão de parabenizar Junji pela condução das ações da Pró-Horti e sua luta em defesa do agronegócio brasileiro.

Pró-Horti: Ano 2 Embrapa alerta para perdas de alimentos

No evento comandado por Junji, executivo da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Hortaliças fala sobre sistemas mais sustentáveis e economicamente viáveis

Melão é hortaliça, uma das poucas que o Brasil exporta, assim como melancia e morango são hortaliças e não frutas, conforme esclarecimento do chefe-adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Hortaliças, Warley Marcos Nascimento, durante a comemoração do segundo ano de existência da Pró-Horti – Frente Parlamentar Mista em Defesa do Segmento de Hortifrutiflorigranjeiros, realizada nesta quarta-feira (28/08). Ele destacou a importância do colegiado na luta em prol de itens negligenciados em relação às commodities, negociadas no mercado mundial, como soja, cana de açúcar, etanol, suco de laranja e outras.

Na solenidade comandada pelo presidente da Pró-Horti, deputado federal Junji Abe (PSD-SP), Nascimento fez uma exposição sobre as tecnologias da Embrapa Hortaliças para a olericultura nacional (veja anexo). Representando Maurício Antônio Lopes, que preside a Embrapa, o executivo da estatal concordou com o parlamentar sobre a necessidade de o colegiado atuar para vencer grandes desafios com o desenvolvimento de sistemas mais sustentáveis e economicamente viáveis.

Segundo Nascimento, um dos entraves a serem superados pelo segmento é o aumento de consumo “que terá reflexos positivos para toda cadeia produtiva”. O outro, prosseguiu, é reduzir perdas de hortifrútis, a partir da porteira. Cerca de 30% de tudo que sai do campo são perdidos no transporte, distribuição, gôndolas e outras etapas até a casa do consumidor. Daí, a importância da expansão do mercado de hortaliças minimamente processadas.

Tratam-se de produtos hortícolas selecionados, higienizados, cortados e embalados pré-elaborados ou prontos para o consumo. A oferta destes itens minimamente processados reflete as exigências do mercado onde cresce a preferência popular por itens que dispensam a seleção nas bancas a granel, não precisam passar pela fila da pesagem, estão prontos para consumir e evitam desperdícios, porque vêm em porções variadas, de acordo com o tamanho da família.

Os alvos da tributação são produtos frescos minimamente processados, ou seja, sem qualquer aditivo químico ou conservante, que levam os produtores a serem surpreendidos com autuações por não recolherem o ICMS – Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação sobre estes itens, como apontou Carlos Augusto Schmidt, diretor-presidente do Ibrahort – Instituto Brasileiro de Horticultura e gerente executivo da Aphortesp – Associação dos Produtores e Distribuidores de Hortifruti do Estado de São Paulo.

Elogiando a devoção de Junji em prol do agronegócio, Schmidt destacou a cruzada pela concessão de isenção tributária definitiva aos produtos hortícolas minimamente processados. “Se a tributação perdurar, os consumidores serão os grandes prejudicados, porque a incidência do imposto sobre esses itens deverá elevar os preços de 30% a 40% nas prateleiras do varejo, inviabilizando o acesso da maioria da população a alimentos saudáveis”, advertiu o deputado.

Por Junji Abe - 28/08/2013

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