Junji Abe une colegiados contra municipalização da iluminação pública

Junji Abe une colegiados contra municipalização da iluminação pública


Por iniciativa do deputado, grupos temáticos da Casa planejam audiência com ministro das Minas e Energia para revogar ou, no mínimo, prorrogar transferência obrigatória do serviço às cidades



Arregimentado pelo deputado federal Junji Abe (PSD-SP), um mutirão de colegiados da Câmara planeja uma audiência com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, para tratar daresolução 414/2010 da Aneel – Agência Nacional de Energia Elétrica. O objetivo do grupo é convencer o governo a revogar ou, no mínimo, prorrogar por prazo indeterminado, a transferência das responsabilidades e dos custos pela iluminação pública às cidades brasileiras. “Com raras exceções, os municípios brasileiros não têm condições financeiras de assumir o serviço. Com orçamento reduzido e arrecadação em queda, as prefeituras mal dão conta de manter o atendimento em áreas essenciais como saúde e educação”, argumentou o parlamentar.

A norma estabelece que, a partir de 31 de janeiro do próximo ano, as prefeituras de todo País assumam a gestão de operação, manutenção, expansão e inovação do sistema de iluminação pública, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão. Ao expor a gravidade da situação, nesta quarta-feira (18/09/2013), em reunião da CDU – Comissão de Desenvolvimento Urbano, Junji conquistou o imediato apoio do presidente do órgão técnico, deputado Sérgio Moraes PTB-RS, à mobilização contra a municipalização do serviço.

Acolhendo a sugestão de Junji, Moraes manifestou-se a favor de um mutirão de órgãos colegiados da Casa para tratar do assunto com o ministro. Também foram convidados para engrossar a movimentação os presidentes das comissões de Minas e Energia, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE); e de Trabalho, de Administração e Serviço Público, Roberto Santiago (PSD-SP); além do deputado César Halum (PSD-TO), que preside a Frente Parlamentar em Defesa dos Consumidores de Energia Elétrica, Combustíveis e Telefonia.

Para participar da audiência com Lobão, em fase de agendamento, Junji anunciou que convidará dirigentes e representantes da CNM – Confederação Nacional de Municípios, da ANPV – Associação Nacional de Prefeitos e Vice-Prefeitos, da AMM – Associação Mineira de Municípios, da APM – Associação Paulista de Municípios, da Amupe – Associação Municipalista de Pernambuco, da Famup – Federação das Associações dos Municípios da Paraíba, da Aprece – Associação dos Municípios do Estado do Ceará, da AMP – Associação dos Municípios do Paraná, e da AMP – Associação Amazonense de Municípios, entre outras entidades representativas das cidades.

Apresentando a nota técnica preparada pela CNM, Junji rememorou o saldo da audiência pública realizada na CDU, a pedido dele. “Ficou cristalina a impossibilidade dos municípios deassumirem a responsabilidade pela manutenção da iluminação pública, incorporando os ativos dos serviços, como postes, lâmpadas, reatores e cabos condutores, entre outros, já usados e, portanto, com enorme probabilidade de terem de ser recuperados ou substituídos”.

Para assumir os encargos decorrentes do serviço, os municípios e o Distrito Federal teriam de instituir a CIP – Contribuição para Custeio do da Iluminação Pública a fim de obter a receita necessária para arcar com a manutenção do serviço. Em outras palavras, seria impor mais uma cobrança ao munícipe, como definiu Junji. “Seria um absurdo onerar ainda mais a população, já sacrificada com a pesadíssima carga tributária nacional”, observou ele, ao relatar que fora acionado por inúmeros prefeitos paulistas a fim de que buscasse uma solução para o problema.

“Precisamos nos unir num trabalho consistente junto ao governo federal para revogar a norma ou, pelo menos, prorrogar o início da vigência de mais essa municipalização, até que as prefeituras tenham condições de assumir o encargo”, defendeu Junji. De acordo com ele, a expectativa de reversão do quadro de penúria em que se encontram as cidades com orçamento reduzido depende da reforma do Pacto Federativo, com uma distribuição justa do bolo arrecadado. A União fica com 65% do bolo, enquanto os estados levam de 20% a 25% e os municípios recebem míseros de 10% à 15% do valor arrecadado, como descreveu o deputado, acrescentando que a administração municipal tem de cumprir as aplicações constitucionais obrigatórias de 25% e 15% da receita corrente líquida em educação e saúde, respectivamente.

Por Mel Tominaga - 19/09/2013

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