Furacão vence nos pênaltis e vai à Libertadores
Atlético-PR deixa 'inferno' por duas vezes, vence nos pênaltis e vai à Libertadores
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AFP |
Sufoco. O torcedor do Atlético Paranaense jamais esquecerá a noite de 5 de fevereiro de 2014. O clube rubro-negro precisou de uma virada épica para evitar um vexame histórico. Apesar do roteiro dramático, a equipe afastou a zebra chamada Sporting Cristal, escapando do ‘inferno' por duas vezes, e venceu o rival peruano nos pênaltis por 5 a 4 - depois de triunfo por 2 a 1 no tempo normal -, garantindo passagem para a fase de grupos da Copa Libertadores da América.
O inferno duplo ocorreu pelas circunstâncias da partida. O Atlético Paranaense via de perto o vexame de cair na fase Pré-Libertadores até os 49 minutos do segundo tempo, quando a arbitragem marcou pênalti de Ortiz e recolocou o clube brasileiro no confronto. Ederson converteu o lance, apesar de toda a pressão, e forçou a disputa nas penalidades máximas.
O desempate, entretanto, se mostrou ainda mais sofrido. Os erros de Deivid e Nathan colocaram o Atlético Paranaense a um pênalti, em três, da eliminação. Todavia, uma defesa de Wéverton, um gol de Natanael e um erro de Calcaterra, à lá Roberto Baggio, recolocaram a equipe da casa no jogo.
Duas vezes perto da eliminação, o Atlético Paranaense se fortaleceu e mostrou um controle emocional excepcional. Depois de mais três penalidades - convertidas pelo jovem Mosquito, o peruano Nuñez e o zagueiro Manoel, Aquino acertou o travessão e decretou o fim de uma das noites mais nervosas da história do tradicional clube de Curitiba. Festa, mais do que justa, para o público do 'Furacão'.
Agora, a equipe comandada pelo técnico Miguel Ángel Portugal terá uma semana para respirar e já se concentrar na etapa de grupos da Copa Libertadores. O Atlético Paranaense está no Grupo A do torneio sul-americano e terá a companhia de Vélez Sarsfield, da Argentina; Universitario, do Peru; e The Strongest, da Bolívia.
O jogo
Pressionado pelo resultado ocorrido na partida de ida, o Atlético Paranaense demonstrou nervosismo e pouco criou durante a primeira etapa. O exemplo dos nervos exacerbados pelo lado brasileiro veio aos 19 minutos, quando Zezinho se envolveu em uma confusão com Balbín. O árbitro, depois do empurra-empurra, não pestanejou e mostrou o cartão vermelho aos dois.
Apesar dos dois times atuarem com dez homens em campo, o time rubro-negro sofreu com a falta de espaço durante a etapa inicial. Muito fechado, o Sporting Cristal alinhou duas linhas de quatro atletas e fechou-se na defesa. Assim, o nervosismo paranaense apenas aumentou, prejudicando a criatividade ofensiva.
Para resolver essa questão, o técnico Miguel Ángel Portugal colocou Fran Mérida em campo no retorno do intervalo. O jogador, revelado pelas categorias de base do Barcelona, aumentou o rendimento do Atlético-PR, que chegou ao tão esperado gol. Aos 16min, o meia europeu cobrou falta na cabeça de Manoel, que desviou para a rede peruana.
O alívio e comemoração, contudo, terminaram no minuto seguinte. Sem qualquer chance de respirar e buscar aumentar a vantagem, o clube brasileiro viu o Sporting Cristal empatar e transformar a noite em um verdadeiro filme dramático. Aos 17min, Cacaterra cruzou, e Avila empatou, aproveitando falha no posicionamento da defesa do Atlético.
A partir de então, aquele nervosismo do início de partida voltou. Mesmo com a expulsão de Cossio aos 21min, o Atlético Paranaense não conseguiu criar ao encontrar um rival totalmente trancado no campo de defesa. O Sporting Cristal, com apenas oito nomes na linha, recuou e atuou com o regulamento; estratégia eficiente diante de um rival em uma noite abaixo da crítica.
O Sporting Cristal só não contava com a pressão final do Atlético Paranaense. Quando parecia entregue e eliminado, o clube rubro-negro contou com um momento sublime para mudar o confronto. Depois de três tentativas, a arbitragem marcou toque de mão de Ortiz, expulsou o peruano e assinalou pênalti. Ederson, apagado durante o duelo, cobrou com categoria e forçou o desempate nas penalidades máximas.
No desempate, mais emoção. O Atlético Paranaense esteve a um pênalti de ser eliminado, mas uma combinação de três pênaltis recolocou o clube brasileiro no confronto - dois erros do Sporting Cristal - um defendido por Weverton - e uma batida convertida por Natanael. Nas cobranças alternadas, Aquino, no quarto chute, acertou a trave e findou o drama: 'Furacão' na Libertadores.
FICHA TÉCNICA:
ATLÉTICO PARANAENSE (BRA) 2 (5) X (4) 1 SPORTING CRISTAL (PER)
Local: Estádio Durival Britto e Silva, em Curitiba
Data: 05 de fevereiro de 2014, quarta-feira
Horário: 22 horas (de Brasília)
Árbitro: Antonio Arias (Fifa-PAR)
Assistentes: Rodney Aquino e Carlos Cáceres (ambos Fifa-PAR)
Cartões amarelos: Cleberson e Deivid (Atlético-PR); Cazulo, Penny, Cossio, Yotún, Aquino (Sporting)
Cartões vermelhos: Zezinho (Atlético-PR); Balbin, Cossio e Ortiz (Sporting)
Gols:
ATLÉTICO-PR: Manoel, aos 16 minutos e Edesron, aos 52 minutos do segundo tempo
SPORTING CRISTAL: Ávila, aos 17 minutos do segundo tempo
ATLÉTICO-PR: Weverton; Sueliton (Nathan), Manoel, Cleberson e Natanael; Deivid, Paulinho Dias (Mosquito) e Zezinho; Douglas Coutinho (Fran Mérida), Ederson e Marcelo
Técnico: Miguel Ángel Portugal
SPORTING CRISTAL: Diego Penny; Cossio, Ortiz, Balbín e Delgado; Calcaterra, Carlos Lobatón, Yotún (Maximilano Nuñez) e Jorge Cazulo; Leguizamón (Aquino) e Ávila (Luís Advíncula)
Técnico: Daniel Ahmed
Fonte: ESPN - 06/02/2014