Suspeitos de lançar rojão que matou cinegrafista no Rio são indiciados
Suspeitos de lançar rojão que matou cinegrafista no Rio são indiciados
O delegado Maurício Luciano entregou ao Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) ontem o inquérito sobre a morte do cinegrafista Santiago Andrade, atingido por um rojão durante protesto no dia 6.
Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, presos temporariamente no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, foram indiciados por homicídio doloso. A promotora Vera Regina de Almeida, titular da 8ª Promotoria de Investigação Penal, é a responsável por avaliar o inquérito e tem cinco dias para decidir se oferece denúncia à Justiça.
PEDIDO DE ANULAÇÃO
O advogado Jonas Tadeu Nunes diz que vai pedir a anulação do inquérito. Ele esteve no presídio ontem para saber o motivo de Caio ter mudado sua versão inicial e negado ter acendido o rojão.
De acordo com Tadeu, Caio não demonstrou nenhum interesse em dar depoimento. Ele disse ao advogado que foi acordado na madrugada por seis policiais e se sentiu acuado. "Ele foi acordado durante a madrugada pelos agentes penitenciários dizendo que alguns policiais queriam falar com ele.
Os policiais então o acordaram dizendo que estavam ali para ajudá-lo, que ele poderia falar, porque o Fábio tinha feito a delação premiada e o estava acusando. Então, que ele teria que se defender para poder ficar em uma posição privilegiada em relação ao inquérito. Considero que todo inquérito está viciado.
Houve um constrangimento ilegal e a custódia temporária dele não tem mais sentido”, disse o advogado, acrescentando que acionará a Comissão de Direitos Humanos do Ministério Público e a OAB para investigar as circunstâncias do depoimento.
Jonas disse ainda que o direito constitucional do silêncio foi violado e que pedirá o habeas corpus nos próximos dias. “É uma temeridade se a prisão preventiva for concedida. Eles não querem se eximir das suas responsabilidades. Enquanto os dois estiverem no mesmo processo, com a mesma opinião, vou defender os dois”.
DELEGADO
Segundo Maurício Luciano, que pediu ontem que as prisões de Fábio e Caio sejam convertidas de temporária para preventiva, o preso quis falar e o pedido de anulação não seria legal. "É uma impropriedade técnica dele . Segundo, ele não foi pressionado. Manifestou vontade de falar. Talvez ele tenha querido falar longe do advogado", disse, na saída do MP.
Para a Polícia Civil, o caso está encerrado. "Se não havia tempo hábil para chamar o advogado, não tem problema ele falar. Depois o juiz vai entender se pode valer ou não. Ele queria falar", disse.
O MP informou que não havia recebido, até as 17 horas de ontem, nenhuma denúncia sobre o que afirmou o advogado para a imprensa. Caso receba, pode ser aberta uma nova investigação para apurar as circunstâncias em que o depoimento foi prestado.
O MP informou que não havia recebido, até as 17 horas de ontem, nenhuma denúncia sobre o que afirmou o advogado para a imprensa. Caso receba, pode ser aberta uma nova investigação para apurar as circunstâncias em que o depoimento foi prestado.
Fonte: Diário de Suzano ed.: 9749 - 15 de fevereiro de 2014