Falcão diz não jogar mais pela seleção e "deflagra crise" no futsal brasileiro
Falcão diz não jogar mais pela seleção e "deflagra crise" no futsal brasileiro
Para muitos o melhor jogador de futsal de todos os tempos, duas vezes eleito o melhor de um Mundial, o ala Falcão não joga mais pela seleção brasileira. Ontem, o jogador de 36 anos fez duríssimas críticas à atual gestão da Confederação Brasileira de Futsal (CBFS) e prometeu que boa parte dos jogadores que disputaram os dois últimos Mundiais anunciarão também a mesma atitude.
"Depois de 16 anos, estou me retirando da seleção de futsal. Saio de cabeça erguida porque me entreguei de verdade ao esporte e ao meu País. Muitas vitórias, algumas derrotas, mas a coisa mais preciosa que se pode conquistar é respeito. E isso a CBFS nunca fez questão de ter nem comigo nem com nenhum dos meus companheiros de seleção. Somos descartáveis, inúteis em todos os sentidos", reclamou Falcão.
O problema do jogador é principalmente com o diretor de seleções da CBFS, Edson Nogueira, que assumiu o cargo em janeiro do ano passado. Foi ele o responsável por demitir o supervisor Reinaldo Simões e ao massoterapeuta Maurício Leandro. Em solidariedade, o técnico Marcos Sorato, o Pipoca, decidiu pedir demissão após ser campeão mundial. Toda a comissão técnica acabou mudada. "A CBFS sempre foi administrada de alguma maneira, mas o momento e a administração atual é triste, pífia e deprimente. Chegando ao ponto de dar poder a um novo "diretor de futsal" que simplesmente "limpou" do treinador ao cozinheiro campeões do mundo", revelou Falcão.
Os problemas, porém, não são apenas extra-quadra, segundo Falcão "Sempre que a comissão técnica faz uma convocação, já são colocados na mesa seis ou sete nomes que não podem ser convocados. Ele (o técnico Ney Pereira) presta serviço à CBFS e aceita. Tem lista de nomes que não podem ser convocados. Tem sido assim com a Vanessa, que é a melhor jogadora do mundo e desabafou na internet".
Expoente do futsal no Brasil, Falcão tomou a dianteira no protesto que, segundo ele, já vem sendo organizado há algum tempo. "O vôlei nos encorajou muito, chegou o momento. Eu tenho 16 anos de seleção, me deixei à disposição para ajudar. Eu e o Vinicius (ex-capitão da seleção) começamos a conversar, juntamos muitos jogadores dos últimos dois Mundiais. Estamos em comum acordo para fazer uma mudança no futsal".
Apesar de já ter dito que não jogaria mais um Mundial pelo Brasil - queria guardar as lembranças do último, em que jogou depois de um AVC - e de ter dito agora que está se retirando da seleção, Falcão admite, porém, voltar a defender o País caso haja mudanças na CBFS.
Fonte: Diário de Suzano - 21/03/2014