Venda de carros usados cresce 4,6% no primeiro semestre, aponta Fenauto

Venda de carros usados cresce 4,6% no primeiro semestre, aponta Fenauto

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A venda de veículos usados cresceu 4,6% no primeiro semestre deste ano na comparação com igual período do ano passado, mostra levantamento divulgado ontem pela Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto).

De janeiro a junho, foram comercializados mais de 6,1 milhões de seminovos, incluindo automóveis, comerciais leves e pesados e motocicletas. No mês de junho, no entanto, houve queda de 12,9% no setor na comparação com maio - foram negociadas 960.403 unidades no mês passado e 1.103.156 em maio.

O recuo no último mês é explicado pela Copa do Mundo, que coincidiu com o período de férias, fazendo diminuir a movimentação das revendas, disse o presidente da Fenauto, Ilídio dos Santos. "Isso já era previsível. Por outro lado, temos o crescimento no semestre, com o qual estamos recuperando as perdas que tivemos desde 2009", acrescentou Santos. 

De acordo com Santos, a Fenauto estima avanço entre 6% e 7% no setor neste ano. "Acreditamos que vamos atingir a meta. O consumidor avalia as vantagens e vê que pode comprar um carro, com preço de popular, com mais agregados."

Além disso, destacou Santos, a restrição do crédito nos últimos dois anos, com o aumento da inadimplência, fez caírem as vendas no segmento. "Os bancos mudaram os critérios para o crédito - antes, 70% dos carros vendidos eram financiados e o financiamento está em torno de 35%." Para Santos, a alta não tem relação com a inclusão de itens como freios ABS e airbag, que se tornaram obrigatórios e elevaram o preço dos veículos. "A questão é o crédito. Se melhorar, vamos crescer mais ainda", afirmou.

Revendedores ouvidos na Capital paulista, porém, não se mostraram tão otimistas com o resultado do primeiro semestre. Proprietário de uma loja na Rua Clélia, Maurício Korm não vê avanço nos negócios deste ano. "Não está aquecido. O que acontece é que [o mercado de usados] estava parado e agora pinga alguma coisa", disse o empresário. Segundo ele, na rua onde fica a loja, conhecida pelo comércio de usados, muitas revendas fecharam as portas. "Estamos aqui há 45 anos. Aqui, era uma loja do lado da outra e agora são poucas".

O comerciante Edir Daiam, que trabalha há 20 anos em uma loja na Alameda Barão de Limeira, no Centro, também não vê melhora nas vendas. "O preço dos seminovos continua alto, não há competitividade em relação ao novo", avaliou. Gerente de uma loja de revenda na mesma rua, Douglas Evandro, admitiu que a mudança no mercado de veículos novos, com a obrigatoriedade dos itens de série, trouxe pequenos avanços para o setor de usados, mas nada de excepcional. "Se vendeu alguma coisa a mais por isso, não foi nada extraordinário. O ano todo está quieto".

Fonte: Diário de Suzano - 15/07/2014

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