Curso de Libras tem início com 22 alunos em Arujá

Curso de Libras tem início com 22 alunos em Arujá

Divulgação
A Biblioteca Municipal Alda Martins Soncini, unidade vinculada à Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, deu início na tarde desta segunda-feira (21/07) ao curso de Língua Brasileira de Sinais (Libras). Com 22 alunos, as aulas são ministradas pelo tradutor e intérprete Maurício Nepomuceno Dias.

“Quando o professor veio até nós, se prontificando a dar as aulas, abraçamos a causa. Não achamos que fosse ter tanta procura, mas na quinta-feira (17) as vagas já estavam esgotadas”, diz a bibliotecária Dalva Sabino. “Esse curso, assim como todas as outras ações propostas por nós, é também uma forma de divulgar a existência da biblioteca. Esperamos que os alunos gostem e deem sequência ao trabalho desenvolvido nas aulas”, completa.

A dona de casa Cleide de Oliveira, de 47 anos, se inscreveu no curso por curiosidade e diz ter gostado da iniciativa. “Eu acho que é um aprendizado sem igual. Resolvi participar em busca desse conhecimento que aprendi hoje e percebi que vou poder usá-lo na minha vida. Nunca tive contato com um deficiente auditivo, mas é sempre bom saber, é importante conhecer o outro lado, o mundo deles”.

O professor Maurício Nepomuceno é surdo de um ouvido, e foi por meio dessa deficiência que ele viu a necessidade de ajudar aos outros. “Onde eu trabalhava convivia com muitos surdos e via que eles eram marginalizados. Vendo que a minha limitação era mínima perto da deles, eu percebi que tinha que agir para ajudá-los”. Questionado sobre as razões para a sociedade ainda não ter se preparado para lidar com os deficientes, ele diz que “é uma questão de comodidade”.

“A maioria linguística, ou seja, os falantes da língua portuguesa, tratam as pessoas surdas de forma diferente por elas serem minoria, não fazerem parte do que para eles é tido como normal. O importante é que nós tenhamos percepção desse mundo diferente do nosso: ele é real, ele existe. Os deficientes vivem no nosso mundo mesmo com as limitações, e nós não podemos ter medo do desconhecido”, acrescentou

Para o professor, “essa situação só vai começar a mudar quando todos tivermos empatia e passarmos tratar isso como uma questão de ser humano. Acho que nós temos que nos por no lugar deles e, assim, procurar sempre ajudar. Essa diferença entre os falantes da língua portuguesa e dos falantes de Libras melhorou muito depois da oficialização da língua brasileira de sinais, mas ainda existe um longo caminho a se percorrer”.

Nepomuceno aprendeu a falar em Libras há sete anos e diz que a maior dificuldade dos alunos é esquecer que são ouvintes. “No momento em que começa a aprender um novo idioma, você tem que entender que é uma realidade diferente da sua, então tem que deixar seu conhecimento de lado e se abrir ao novo. Imagina olhar para pessoa que você mais ama e não conseguir dizer isso, ou não conseguir ouvir isso dela? Eu procuro fazer os alunos se colocarem neste contexto para que eles consigam quebrar esse paradigma de que o normal é onde eles estão”.

O curso de Libras vai até o dia 1º de agosto. As aulas estão sendo realizadas no auditório da Câmara Municipal. Os alunos que concluírem as aulas receberão certificado.

Fonte: Prefeitura de Arujá - 21/07/2014

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