Prefeitura de Suzano lança Museu Virtual

SUZANO  

A Prefeitura de Suzano acaba de lançar o Museu Virtual, que pode ser acessado pelo site www.museuvirtualsuzano.com.br, com acervo artístico, fotos e documentos sobre fatos e personagens históricos da cidade. O anúncio da novidade foi feito durante a 16ª edição do Projeto Memória Viva, que homenageou seis personalidades que contribuíram e contribuem para o desenvolvimento do município. O evento foi realizado na noite de quarta-feira (27/6), no Teatro Municipal Dr. Armando de Ré.

Os homenageados da noite foram Kun Ho Chiang, Melchiades Gonzalez Martins e, in memoriam, Alberto Corrêa Gonçalves, Bechara Jorge Antoun, Luiz Romanato e Ryu Mizuno (confira a biografia de cada um abaixo). O vice-prefeito Walter Roberto Bio representou o prefeito Marcelo Candido no evento e disse se sentir orgulhoso com a participação. “O prefeito e a Secretaria de Cultura foram muito felizes em promover o Memória Viva, pois perceberam a importância de resgatar a história de nossa cidade”, afirmou. “O projeto conta a história de Suzano de forma diferente. As pessoas homenageadas são aquelas que realmente lutaram e fizeram diferença na cidade”, completou.


                     WANDERLEY COSTA 


A secretária de Cultura, Rita Paiva, se disse honrada por representar a Prefeitura na entrega das homenagens às seis personalidades. Ela ressaltou o trabalho realizado pela Diretoria de Patrimônio Municipal Artístico, Arquitetônico e Cultural (DIPMAAC) e pediu a colaboração de todos que tenham materiais históricos do município, como fotos e documentos, para o Museu Virtual. “Todo material é digitalizado e devolvido às pessoas. Estamos descobrindo coisas maravilhosas sobre Suzano”, afirmou.

Ao receber a homenagem, Kun Ho Chiang fez seu agradecimento em chinês. Já Melchiades Gonzalez Martins se disse surpreso com a homenagem. “Estou muito feliz”.

Os homenageados in memoriam foram representados no evento por seus filhos ou netos. “Gostaria de enaltecer a iniciativa da Prefeitura e da sua equipe de pesquisa”, disse Alessandra Angélica Corrêa Gonçalves, neta de Alberto Corrêa Gonçalves, que destacou a influência política que seu avô exerceu no município mesmo sem ter ocupado cargo público.

Bechara Jorge Antoun foi representado por seu neto, Nelson Matias, que agradeceu a presença de todos que foram prestigiar o evento. A homenagem a Luiz Romanato foi entregue a seu filho, Dante Romanato. “Meu pai era um apaixonado por Suzano. Ele participava de tudo o que podia na cidade”, disse. O filho de Ryu Mizuno, Ryu Saburo Mizuno, também agradeceu a homenagem.

Para encerrar o evento, os músicos Chiquinho e Teresa e o Grupo Geraes apresentaram a trajetória musical compositor Dominguinhos.

O projeto
O objetivo do Memória Viva é recuperar informações importantes sobre o município e de personalidades que fazem parte da história de Suzano. Para cada encontro, são confeccionados banneres com as biografias dos homenageados e gravadas entrevistas com os homenageados e seus familiares. O material passa a compor o acervo da DIPMAAC. A próxima edição do projeto está programada para setembro.

Os homenageados
Kun Ho Chiang
Nasceu em 20 de março de 1929, na cidade de Taichung, em Taiwan, o terceiro dos oito filhos do empreiteiro Rin Chiang e da dona de casa Hwang Cheng Chiang. Sua história empresarial, compartilhada com o irmão mais velho, Chiang Kung Wang, teve início com um comércio de tecidos em Taiwan. Soube por intermédio de amigos japoneses da oportunidade de imigrar para o Brasil na condição de agricultor por meio da Cooperativa Agrícola de Suzano.

A família Chiang desembarcou em 14 de fevereiro de 1962 e permaneceu temporariamente em Ribeirão Pires. Fixaram residência na Vila Ipelândia, em Suzano, contando com a ajuda dos dirigentes da cooperativa, Keida Harada e o Shiguetoshi Koga.

O objetivo dos irmãos Chiang era abrir o próprio empreendimento. Tanto que trouxeram na bagagem máquinas para a fabricação dos produtos que são comercializados até hoje.

Em 1963, implantaram uma granja e em seguida, fundaram a Indústria de Massas Chiang Kung Wang que, posteriormente, passou a ser denominada Chiang Produtos Alimentícios. A fim de diversificar o ramo de atuação, fundaram a Coletora Chiang em 1975, dedicando-se inicialmente à reciclagem de aparas de papéis.

A Chiang Produtos Alimentícios foi dividida em 1997, surgindo a Bifum Alimentos. Atualmente os empreendimentos da família Chiang geram cerca de 300 empregos diretos e indiretos.

Kun Ho Chiang é um dos fundadores da Associação Cultural Chinesa de Suzano, instalada em outubro de 1986, que auxilia na preservação e manutenção dos usos e costumes de sua terra natal. A entidade é responsável pela realização da Festa do Ano Novo Chinês em Suzano.

Casou-se com Kuei Ing Chiang Lu em 20 de fevereiro de 1949, com quem teve os filhos, Chang Yuan, Chi Tsun (falecido) e Rui e as filhas Mei Jung e Mei Huei, que lhes deram 13 netos e cinco bisnetas, todos residindo no Brasil.

Melchiades Gonzalez Martins
Nasceu em 10 de dezembro de 1928, na cidade de Penápolis, São Paulo, filho de Francisco Gonzalez Gomes e Dulce Martinez Moron, imigrantes espanhóis que vieram trabalhar na lavoura. A família morou nas cidades de Marília e São Paulo.

Concluiu o curso de contabilidade em 1954, na Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado. Trabalhou na implantação de sistemas administrativos na Remington Rand do Brasil entre os anos de 1955 e 1967.

Casou em 21 de setembro de 1960 com Nair Polagi Gonzalez e, em 3 de outubro, o casal passou a morar na “Cidade Comerciária de Suzano”, o bairro do Sesc. Martins, alertado por Eduardo Munhoz, adquiriu por sorteio a casa construída no conjunto habitacional, dotado de toda a infraestrutura e sob a direção de Brasilio Machado Neto, pelo Serviço Social do Comércio para beneficiar os comerciários. O casal foi a centésima família a instalar-se no Sesc.

Trabalhando em São Paulo, como sócio-diretor da Birô de Contabilidade Eletrônica Ltda. (BCE), entre 1967 e 1969, desempenhou a função de presidente da Sociedade Amigos da Cidade Comerciária de Suzano, entidade que conseguiu dois ônibus e uma ambulância para atender aos 800 sócios.

Foi secretário administrativo da Prefeitura durante a gestão Pedro Miyahira (1969/1972), suplente de vereador da Câmara Municipal de Suzano nas legislaturas 1965/1969 e 1969/1973 e professor de contabilidade no Instituto de Educação de Suzano (1972/1973).

Especializou-se em administração pública, frequentando os cursos ministrados pelo Instituto Brasileiro de Administração Municipal, pela Fundação Prefeito Faria Lima, pela Universidade de Brasília e Associação Paulista de Municípios, que propiciaram a continuar a atuar como secretário administrativo da Prefeitura e da Câmara em Embu-Guaçu (1973/1983 e 1989/1992) e consultor da empresa Consultoria em Administração Municipal Ltda., sediada em São Paulo, entre 1983/1989 e de 1992 até a presente data.

Paralelamente às atividades na área administrativa, escreveu artigos para o Diário de Suzano entre 1976 e 1977; colaborou na fundação do jornal Viver Embu-Guaçu, em 1989, para o qual escreveu matérias até 1998; foi articulista do Viver Cidade de São Paulo; e fundou em 2005 o Informativo Conam, do qual é o coordenador editorial.

Melchiades e Nair são pais do psicólogo Juarez e da fisioterapeuta Rosicler.

In memoriam
Alberto Corrêa Gonçalves
Nasceu no dia 13 de maio de 1915, no bairro de Lajeado, em São Paulo, filho de José Corrêa Gonçalves e de Antonia Cusma Gonçalves, segundo filho de uma família de nove irmãos.



Iniciou sua vida profissional trabalhando com a família em Suzano, no comércio de lenha e carvão e, posteriormente, no Empório Gonçalves, comércio de secos e molhados na praça João Pessoa.

Fundou em meados de 1948 o Depósito Gonçalves, de comércio de materiais de construção, no número 266 da rua General Francisco Glicério, onde trabalhou até 1982. Lembrado pelos moradores mais antigos, que adquiriam todo o material necessário para a construção de suas casas, sítios e granjas, conquistou a estima de fornecedores e clientes por sua correta conduta.

Foi grande incentivador e patrocinador das ideias de Thadeu José de Moraes, quando da criação, em 1961, do jornal Comarca de Suzano, hoje “Diário de Suzano”. Foi também um dos beneméritos colaboradores da construção da Santa Casa de Misericórdia, inaugurada em 1964; e sócio-fundador do Rotary Club, do qual foi presidente no período de 1964 e 1965, quando conseguiu a doação do primeiro centro cirúrgico da Santa Casa.

Casou-se com Lydia Renzi Gonçalves, e desta união nasceram os filhos Naira Gonçalves Fadul e José Alberto Corrêa Gonçalves. Tiveram oito netos e nove bisnetos.

Faleceu em 10 de maio de 1989 e, em sua homenagem, há uma rua com seu nome no Jardim Maneira.

Bechara Jorge Antun
Nasceu em 24 de março de 1894, na cidade de Salima, no Líbano, filho de Anduma e Jorge Antun, industriais do ramo de tecelagem. Emigrou a bordo do navio La Plata, chegando ao porto de Santos em 30 de dezembro de 1910 e foi morar na cidade de Formiga, Minas Gerais, onde trabalhou como mascate. Dez anos depois, fixou residência na cidade de São José dos Campos, em São Paulo, onde manteve negócios com o também libanês José Assi, seu futuro sogro.

Casou-se com Cauqueb Assi Antun em novembro de 1924. O casal mudou-se definitivamente para Suzano no mês seguinte, trabalhando no comércio de cereais.

Durante o processo de formação e crescimento da cidade e dada às dificuldades do período, a família Antun fechou o armazém e instalou uma pensão na rua Prudente de Moraes, no quarteirão entre as ruas General Francisco Glicério e Benjamin Constant. Tornou-se o ponto de referência da região, devido a sua ótima localização (em frente à estação de trem), à excelência da cozinha de dona Cauqueb e ao bom atendimento dispensado por Bechara à clientela, composta por trabalhadores da estrada de ferro, os mascates de passagem pela cidade e os comerciantes da vizinhança.

Após 13 anos, adquiriu um imóvel na Praça João Pessoa, onde montou a loja de calçados Nossa Senhora Aparecida, em 1956.

Sempre tomava a iniciativa de conversar com todos que passavam na loja, independentemente de conhecê-las ou não e, caso fosse um vendedor, sempre estava disposto a negociar para conseguir um preço atrativo.

Bechara e Cauqueb tiveram quatro filhos: Anduma, Jusil, Samir e Naima.

Faleceu em 30 de outubro de 1977 e em sua homenagem há uma rua com seu nome no Parque Residencial Casa Branca.

Ryu Mizuno
Nasceu em 11 de novembro de 1859, em Sagawa, província de Kochi, no Japão, filho de Mamesu e Jitsu Mizuno. Formou-se e exerceu a profissão de professor de educação elementar. Mudou-se para Tóquio, onde estudou na Universidade de Keio, e ocupou cargos na administração do império japonês, no governo da província de Okayama, e de comissário de polícia.

Iniciou sua participação nos movimentos políticos e sociais, fundando o Partido Socialista Popular, e candidatando-se a uma vaga de deputado. É preso devido às críticas feitas ao governo. Desgostoso, afasta-se da política e funda a Companhia Fukugawa de Iluminação S.A., a primeira sociedade anônima do Japão.

Trabalhava na administração de uma fábrica de enlatados em 1904, quando fundou a Companhia Imperial de Emigração, visando beneficiar os agricultores empobrecidos pelos altos impostos. Enviou-os para o Havaí, mas estes sofreram discriminação. Procurou um novo destino, em que fossem bem-vindos, em países que não estivessem ocupados militarmente pelo Japão. Foi informado de que os cafezais de São Paulo precisavam de mão de obra.

Mizuno embarcou em 21 de dezembro de 1905 para verificar a situação in loco. Chegando ao Brasil, iniciou as negociações com o governo federal e paulista. Retornou ao Brasil em 1907, para firmar o contrato para trazer 1 mil imigrantes. Voltou ao Japão e recrutou 781 pessoas que embarcaram no dia 28 de abril de 1908.

O navio Kasato Maru chegou a Santos no dia 18 de junho e, um ano depois, a imigração parecia destinada ao fracasso, com a revolta dos colonos que chegaram após o período de colheita da pior safra em anos. Mizuno persistiu: vendeu a companhia, tornando-se funcionário. Enviou 960 imigrantes em 1910 e 2.864 pessoas em 1912, que tiveram melhor sorte.

Criou a Colônia Alvorada em Ponta Grossa, em 1936, onde, além de receber agricultores em dificuldades, instalou um sistema de produção socialista, testou novas culturas como da melancia Yamato, a abóbora japonesa, o caqui e o trigo sarraceno. Como pretendia instalar escolas do nível fundamental ao superior, para arrecadar fundos para implantar o projeto, partiu para o Japão em 1941 e ficou impedido de voltar em razão da II Guerra Mundial. Retornou ao Brasil em 19 de maio de 1950.

Ryu Mizuno foi casado de 1884 a 1917 com Kikuyo Iwasa. Viúvo, casou-se em 1922 com Maki Mizuno. Foi pai de Tatsuo, Shinichi, Yurika, Ryujiro, Kuritya, Teka e Ryosaburo.

Mizuno foi fundador do Café Paulista e responsável pela popularização do café no Japão. Era um pacifista e democrata, que acreditava na coexistência próspera, em que a soma do trabalho, da dedicação e da sabedoria resultariam na garantia dos direitos e prosperidade dos imigrantes e do país que os recebessem. Faleceu em 14 de agosto de 1951, em São Paulo.

Luiz Romanato
Nasceu no dia 24 de março de 1924, no bairro do Belenzinho, na capital paulista, filho dos imigrantes italianos Domenico e Maria Reguzoni Romanato, que chegaram ao Brasil por volta de 1900.

O pai trabalhava como barbeiro e alfaiate, enquanto a mãe era cozinheira em casas de família. Devido às dificuldades financeiras da família, Luiz, caçula e bom aluno, foi o único a obter a graduação em Química pelo Instituto Mackenzie em 1946, contando com o apoio dos irmãos.

Trabalhou em diversas indústrias, como Matarazzo e Fumagalli, e na pequena empresa montada por seus irmãos, a Gomafio Paulista, de engomagem de fios de urdume para tecelagem.

Em 1957 vieram trabalhar em Suzano, na Indústria de Sedas Maluf, propriedade de Edmundo Maluf. A dedicação de todos transformou-a numa das melhores estamparias de tecidos finos do estado de São Paulo, sendo adquirida pela família. Passou a se chamar Tinturaria e Estamparia de Tecidos Suzano S.A. Sob o comando de Luiz, a “Romanato”, como era conhecida, foi considerada uma das melhores estamparias de seda pura do país. As crises econômicas e a política industrial das décadas de 1980 e 1990 afetaram as atividades da empresa, que fechou em 1998.

Além da indústria, participou da administração da Associação Comercial, do Clube Mirambava, da Santa Casa, do entreposto aduaneiro Cragea, da Prefeitura e lutou pela instalação do Corpo de Bombeiros no município.

Casado com Judith Capucho Romanato, com quem teve os filhos Domingos (falecido), Elizabeth, Dante e Luiz Júnior e dez netos.

Faleceu em 25 de maio de 2004. Recebeu o Título de Cidadão Honorário de Suzano em 1973. Dá nome à Emef da Vila Maluf.

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28/06/2012 - 18h:57
Fonte: SECOM SUZANO

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