Candidatos avaliam pedidos em Mogi das Cruzes
Mogi:
Saúde e segurança pública. Estes são os principais desafios, na opinião de 50 mogianos ouvidos pela reportagem de O Diário em matéria publicada domingo (22), para o próximo prefeito da Cidade. A expectativa dessas pessoas é a de que, independentemente de quem conquistar o cargo majoritário, as necessidades básicas da população, como bom atendimento nos postos de saúde e tranquilidade para andar a pé na área central sejam atendidas.Alguns candidatos defendem o aumento do efetivo da
Polícia Militar na Cidade / Foto Guilherme Uchos - Divulgação
Os desejos parecem simples, mas são essenciais, na visão dos entrevistados, para que a vida em Mogi fique mais fácil. Outros pedidos também foram feitos, segundo a pesquisa do jornal, como melhorias em saneamento básico, pavimentação asfáltica, manutenção de praças e áreas de lazer, além do combate às drogas.
Para o candidato a prefeito Edgar Passos (PSTU) com relação à saúde, há falta de investimentos. “O problema é quanto os governos investem em saúde. Segundo a Organização Mundial da Saúde, este valor deveria ser de 6% do PIB e, hoje, não chega nem na metade e é impossível garantir melhorias em estrutura física de postos e hospitais sem dinheiro. O outro fator é que a maioria dos leitos está em unidades privadas, quando deveria estar nas públicas. Tenho como meta que o atendimento nos postos de saúde não ultrapassará 30 minutos de espera e que o agendamento de consultas seja feito no prazo máximo de uma semana porque, atualmente, leva meses”, afirmou o candidato.
Quanto à segurança, Passos culpa a desigualdade social pela violência crescente. “Enquanto houver desigualdade, terá violência e o único jeito de se combater isso é gerando empregos e não se calçando neste Bolsa Família que dá R$ 70,00 por criança. Isso não resolve. E ainda temos que tratar o problema das drogas como caso de saúde pública, porque o usuário merece ser internado para se livrar disso”, destacou.
Já Fernando Muniz (PPS) aposta em uma melhor remuneração dos médicos para que o atendimento na Rede Básica de Saúde funcione de forma mais coerente. “Se eleito, pretendo aumentar os vencimentos dos médicos e ampliar o número destes profissionais nos postos, porque hoje, são poucos. Quero implantar o ´Vaga Zero`, que consiste em não criar filas para atendimento e garantir que todos os pacientes sejam examinados, rapidamente”, explicou Muniz.
O candidato ainda citou a segurança como um dos principais desafios da Cidade, a exemplo do que elencaram os entrevistados pelo jornal. “Como o PPS é aliado do Governo do Estado, vamos prosseguir neste trabalho de pedir mais policiamento para o Município, com aumento do efetivo e de viaturas”, contou. Muniz destacou, ainda, a necessidade de investimentos na pavimentação existente na Cidade.
Também disputando o cargo de prefeito, Jorge Paz (PSOL), afirmou ter percebido algumas diferenças entre os anseios dos 50 membros da sociedade civil ouvidos na semana retrasada pelo jornal e destes outros 50 mogianos, que vivem o cotidiano da Cidade. “Este pessoal sabe onde o calo aperta. São pessoas que refletem as necessidades mais urgentes. Essa carência de serviços de saúde e de segurança é fruto de uma política voltada apenas para os ricos. Um trabalho mais intensificado não chega até a periferia e dá para ver que o descontentamento é grande”, comentou Paz.
Ele também salientou que, se eleito, pretende concentrar o atendimento médico nos bairros. “Vamos colocar pessoal especializado, com pediatras dia e noite porque as pessoas não podem se deslocar muito para serem atendidas”, ressaltou. Já com relação à segurança, o candidato salientou a necessidade de programas contra as drogas e combate ao tráfico, além da implantação de atividades esportivas e de lazer.
Candidato à reeleição, Marco Bertaiolli (PSD) defendeu os projetos já executados neste primeiro mandato e prometeu continuidade. “Na saúde, implantamos 13 novas unidades, reformamos o Pró- Criança, humanizamos e ampliamos o atendimento da unidade. Também criamos o Mãe Mogiana, as unidades de Pronto Atendimento 24 Horas, com exame de raio-x, entre outras melhorias. Para o próximo mandato, vamos ampliar as unidades de saúde e o número de médicos, além de aprimorar os programas de atenção à saúde da criança, mulher e idoso”, disse.
Já a segurança, de acordo com ele, teve avanços nos últimos anos. “Ampliamos o monitoramento por câmeras, implantamos e substituímos 15 mil luminárias. Somos o 1º município da Grande São Paulo a implantar a Atividade Delegada, entre outros investimentos. Nossa meta futura é capacitar a Guarda Municipal para fortalecer a ronda escolar, além de ampliar a Atividade Delegada, investir em novas tecnologias e em ferramentas de inteligência, bem como ampliar o sistema de monitoramento por câmeras e a iluminação pública”, comunicou.
Por sua vez, Marco Soares (PT) analisou a pesquisa feita pelo jornal e disse ter chegado à conclusão de que “ela mostra claramente as grandes deficiências da Cidade”. “São serviços básicos que estão deficitários e necessitam de uma melhora imediata. Na saúde, por exemplo, faltam médicos, enfermeiros, auxiliares. Nós vamos fazer uma reestruturação completa na Secretaria de Saúde e melhorar a remuneração dos profissionais. Também pretendemos contratar mais médicos, com salários compatíveis”, contou.
Quanto à segurança, Soares considerou o setor como prioritário. “A nossa grande proposta é criar o Centro Integrado de Segurança que, inicialmente, fará uma pesquisa e demonstrará as estatísticas da criminalidade na Cidade para que, com este mapeamento, possamos agir. Também queremos armar e aparelhar a Guarda Municipal para que ela possa trabalhar em conjunto com a Polícia Militar e exigir maior atenção por parte da Secretaria de Estado de Segurança Pública para com os 730 quilômetros de extensão territorial de Mogi que precisam ser monitorados pelos policiais”, informou o candidato.
Por fim, Mário Berti Filho (PCB) prometeu apostar em prevenção para melhorar a área da saúde em Mogi das Cruzes e tratar a criminalidade com “pulso firme”. “Precisamos produzir uma saúde preventiva. Temos que voltar a ter o médico de família, que vai até as casas das pessoas e faz acompanhamento rotineiro dos pacientes. Também precisamos investir em saneamento básico. A Cidade precisa de 100% de esgoto coletado e tratado porque, assim, diminuímos o risco de doenças e, consequentemente, minimizamos a procura por médicos e exames nos postos de saúde. Outra coisa que penso em fazer é reformar a Santa Casa, tornando-a moderna e colocar um ambulatório 24 horas em Jundiapeba. Para a segurança, penso que temos que instalar uma câmera em cada esquina e fazer um pente fino na Cidade, com tolerância zero para qualquer tipo de crime, além de conquistarmos um aumento no efetivo policial”, destacou Berti.
A reportagem que ouviu as 50 pessoas ainda levantou problemas nas áreas de pavimentação, esportes, lazer, geração de emprego e renda, educação, em especial com a implantação de mais creches, entre outras.
Pesquisa
No domingo (22), O Diário publicou uma pesquisa realizada com 50 pessoas nas ruas de Mogi. A pergunta feita era sobre o que elas achavam ser prioridade para o próximo prefeito, com o objetivo de melhorar a Cidade. A urgência, para elas, se encontra na melhoria de serviços básicos, como atendimento médico e segurança.
Do total de entrevistados, 20% citaram que a próxima gestão municipal deve investir em saúde, ampliando o número de postos nos bairros e contratando mais médicos. A grande reclamação dos mogianos é com relação à demora no agendamento de consultas.
Outros 20% dos ouvidos pelo jornal mencionaram a área da segurança como prioritária para o novo prefeito e a maioria ligou o medo que sente ao andar nas ruas com o tráfico de drogas.
Entre as mulheres, a necessidade de creches ainda é bastante lembrada e a oferta de empregos e qualificação profissional, assim como melhorias no transporte público, saneamento, pavimentação e manutenção de ruas e calçadas também foram indicados como desafios. (Sabrina Pacca)
Fonte: Diário de Mogi - 24/07/2012