Bomba deixa cinegrafista em estado grave

Cinegrafista é internado após ser atingido por bomba em protesto no Rio


Santiago Andrade, da TV Bandeirantes, passou por cirurgia; estado é grave

O Globo
Um protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) contra o aumento da tarifa de ônibus municipal terminou em confronto entre policiais militares e ativistas na estação Central do Brasil, no centro do Rio, na noite desta quinta-feira, 6. Sete pessoas ficaram feridas, entre elas um cinegrafista da Band, internado em estado grave. Foram detidas 28 pessoas e encaminhadas à 19.ª Delegacia de Polícia (Tijuca), na zona norte.

Imagem mostra cinegrafista ferido após ser
atingido / Marcos Arcoverde Estadão
O cinegrafista Santiago Andrade estava a poucos metros da estação quando foi ferido na cabeça por uma bomba. Não se sabe se foi um artefato de fabricação caseira, lançado por manifestantes, ou uma bomba de gás da PM. Segundo a Band, ele perdeu muito sangue e desmaiou.

Socorrido por policiais e levado ao Hospital Souza Aguiar, passou por uma tomografia, que constatou afundamento de crânio. Ele foi submetido a uma cirurgia na madrugada desta sexta. Os demais feridos foram levados para hospitais municipais.

Segundo as últimas informações, Andrade permanece em estado muito grave.

A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota de repúdio à agressão sofrida pelo cinegrafista. Ele é o terceiro jornalista ferido em manifestações este ano. Além dele, Sebastião Moreira, da Agência EFE, foi agredido por PMs e Paulo Alexandre, freelancer, apanhou de guardas civis metropolitanos durante protesto em 25 de janeiro, em São Paulo, ressalta a Abraji.

"A Abraji repudia ataques como esses a jornalistas. Em 2013, 114 profissionais foram feridos em todo o País durante a cobertura de protestos. É preocupante que 2014 comece com três casos de violência contra jornalistas. Se faz necessária uma apuração célere do ocorrido para que procedimentos sejam revistos e para que o Estado proteja a liberdade de expressão, a liberdade de informação e o jornalista".

Manifestação

O ato começou ao redor da Igreja da Candelária, por volta das 17h30. Uma hora depois, cerca de 400 manifestantes saíram em passeata pela Avenida Presidente Vargas rumo à Central do Brasil. No caminho, aos gritos de “não vai ter Copa”, dezenas de ativistas mascarados promoveram momentos de correria e tentaram agredir outro cinegrafista, acusado de ser PM.

Quando chegaram à Central do Brasil, os manifestantes subiram nas roletas e incentivaram os passageiros a passar por elas sem pagar. Até então, os PMs que acompanhavam a manifestação não interferiram.

Nas duas manifestações mais recentes convocadas também contra o aumento das passagens (que vão de R$ 2,75 para R$ 3 amanhã), os ativistas haviam agido da mesma forma. No entanto, nada foi quebrado nem houve confrontos entre policiais e ativistas. Ontem, porém, um grupo arrancou uma roleta enquanto outro quebrava vidros de uma loja do saguão.

Nesse momento, os policiais militares avançaram sobre os manifestantes, usando cassetetes. A maioria dos ativistas pulou as catracas novamente e fugiu para a rua. Em seguida, um grupo tentou voltar ao saguão, e a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo. Embora o pé direito do prédio seja alto, o gás se espalhou rapidamente e centenas de passageiros e ativistas correram para a rua.

Os confrontos se espalharam pelas imediações do prédio da Central do Brasil, onde também funciona a Secretaria Estadual de Segurança, e só foram controlados cerca de uma hora depois. O comércio fechou e a Avenida Presidente Vargas ficou interditada no sentido zona norte. Passageiros procuravam abrigo, tossindo após inalar o gás. Ao longo da avenida, pelo menos cinco pontos de ônibus foram destruídos e dezenas de sacos de lixo, incendiados.

Fonte: Estadão - 07/02/2014

Fabio Motta Divulgação


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