Bomba deixa cinegrafista em estado grave
Cinegrafista é internado após ser atingido por bomba em protesto no Rio
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O Globo |
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Imagem mostra cinegrafista ferido após ser atingido / Marcos Arcoverde Estadão |
Socorrido por policiais e levado ao Hospital Souza Aguiar, passou por uma tomografia, que constatou afundamento de crânio. Ele foi submetido a uma cirurgia na madrugada desta sexta. Os demais feridos foram levados para hospitais municipais.
Segundo as últimas informações, Andrade permanece em estado muito grave.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) divulgou nota de repúdio à agressão sofrida pelo cinegrafista. Ele é o terceiro jornalista ferido em manifestações este ano. Além dele, Sebastião Moreira, da Agência EFE, foi agredido por PMs e Paulo Alexandre, freelancer, apanhou de guardas civis metropolitanos durante protesto em 25 de janeiro, em São Paulo, ressalta a Abraji.
"A Abraji repudia ataques como esses a jornalistas. Em 2013, 114 profissionais foram feridos em todo o País durante a cobertura de protestos. É preocupante que 2014 comece com três casos de violência contra jornalistas. Se faz necessária uma apuração célere do ocorrido para que procedimentos sejam revistos e para que o Estado proteja a liberdade de expressão, a liberdade de informação e o jornalista".
Manifestação
O ato começou ao redor da Igreja da Candelária, por volta das 17h30. Uma hora depois, cerca de 400 manifestantes saíram em passeata pela Avenida Presidente Vargas rumo à Central do Brasil. No caminho, aos gritos de “não vai ter Copa”, dezenas de ativistas mascarados promoveram momentos de correria e tentaram agredir outro cinegrafista, acusado de ser PM.
Quando chegaram à Central do Brasil, os manifestantes subiram nas roletas e incentivaram os passageiros a passar por elas sem pagar. Até então, os PMs que acompanhavam a manifestação não interferiram.
Nas duas manifestações mais recentes convocadas também contra o aumento das passagens (que vão de R$ 2,75 para R$ 3 amanhã), os ativistas haviam agido da mesma forma. No entanto, nada foi quebrado nem houve confrontos entre policiais e ativistas. Ontem, porém, um grupo arrancou uma roleta enquanto outro quebrava vidros de uma loja do saguão.
Nesse momento, os policiais militares avançaram sobre os manifestantes, usando cassetetes. A maioria dos ativistas pulou as catracas novamente e fugiu para a rua. Em seguida, um grupo tentou voltar ao saguão, e a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo. Embora o pé direito do prédio seja alto, o gás se espalhou rapidamente e centenas de passageiros e ativistas correram para a rua.
Os confrontos se espalharam pelas imediações do prédio da Central do Brasil, onde também funciona a Secretaria Estadual de Segurança, e só foram controlados cerca de uma hora depois. O comércio fechou e a Avenida Presidente Vargas ficou interditada no sentido zona norte. Passageiros procuravam abrigo, tossindo após inalar o gás. Ao longo da avenida, pelo menos cinco pontos de ônibus foram destruídos e dezenas de sacos de lixo, incendiados.