Livros ajudam a diminuir medos infantis


Não menosprezar o sentimento do seu filho pode ser um bom começo para resolver ou ao menos amenizar a questão

Aconteceu faz uns dois anos, mas lembro da cena como se fosse hoje.

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Eu e o Theo fomos na festa da filha de um querido amigo meu. O Theo tinha 3 anos e a menininha estava fazendo 4. Ou ele tinha 2 e ela estava completando 3? Bem, não importa.

O que importa era dizer que a festa era em uma casa incrível, dessas que parece de antigamente, com um quintal gostoso, muitas plantas e (guarde esse detalhe) um murinho baixo separando o local da rua.

Depois de muita pipoca, suco, brincadeiras dentro e fora do pula-pula e da piscina de bolinha, eis que chega a grande hora. A aniversariante era maluca por palhaços e mal podia esperar o momento em que um chegaria para alegrar sua própria festa.

De repente, uma chegada triunfal. De pernas de pau, ele salta a mureta e entra na festa. Aquele ser, altíssimo, todo, maquiado, nariz vermelho, roupas ultracoloridas, uma sacola cheia de truques na mão. Enquanto eu via a aniversariante pular de felicidade, o Theo abriu o talvez o maior berreiro da vida dele.

Ele simplesmente entrou em pânico na hora que viu o palhaço. Se agarrou em mim, chorava loucamente, meio que tremia.

Saímos da casa, ficamos um tempão conversando e, aos poucos, ele foi se acalmando. Falei que a gente podia ficar ali até o palhaço ir embora. Mas ele disse que queria voltar pra casa, e até quis ver o show. Mas beeeem de longe.

Não sou educadora, nem psicóloga, nem nada do tipo. Mas acho que o fato de eu não ter menosprezado o medo do meu filho ajudou na situação.

É claro que era até um pouco estranho vê-lo sofrendo enquanto todas as outras crianças estavam se divertindo. Mas será mesmo que é estranho ter medo de um palhaço com o triplo do tamanho dele? Será que é mais estranho do que ter medo de um inseto de poucos centímetros cujo poder mais aterrorizador é mexer as anteninhas? (Sim, eu tenho pavor de barata!)

Assim, acho que o primeiro passo é, sim, respeitar esse temor, não importante se é de palhaço, de monstro, de fantasma, de ladrão, de cobra, de bruxa, do lobo mau...

A partir daí, o legal seja talvez ir conversando com a criança. Não no sentido de falar que lobo mau não existe é por isso é ridículo ter medo dele. As crianças pequenas misturam muito realidade com fantasia (uma delícia). Vale entrar no clima delas, e dizer, por exemplo, que o caçador vai defendê-la ou coisas do gênero.

Se a história toda for muito grave e seu filho estiver realmente apavorado com algo e por muito tempo, o ideal, claro, é procurar a opinião de um profissional.

Outra boa dica são os livros - nossos aliados nessas horas, e em todas as outras, diga-se de passagem!

Pra cuidar da questão "lobo mau", acho que vale ler um livro que é um dos preferidos do Theo: "Chapeuzinho Amarelo", escrito por Chico Buarque e ilustrado por Ziraldo. Ele conta a história de uma menina que tinha pavor de lobo, mas conseguiu vencer esse medo ao transformá-lo, invertendo as sílabas, em um bolo. É genial!

Já na categoria monstros, um ótimo antídoto é o livro "Quem tem medo de monstro", escrito por Ruth Rocha e ilustrado por Mariana Massarani. Aliás, essa é uma coleção incrível ("Quem tem medo de quê?"), já que nela a escritora aborda outros medos, como o novo (um irmãozinho, por exemplo) e até cachorro. Acho que vou comprar esse pra Liz, que adora ver cachorrinhos, mas bem de longe!

A Ana Bia, filha da Ana Kessler, andava com medo na hora de ir dormir.

E seu filho, tem medo de algo? Do que?

Fonte: Msn Brasil - 12/11/2013

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